terça-feira, 1 de janeiro de 2013

COMUNHÃO COM DEUS

O que  vimos  e  ouvimos isso  vos  anunciamos, para que também tenhais  comunhão  conosco; e  a  nossa  comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo. Estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra. (1 João 1:3-4).

A razão principal porque João escreve é orientar seus leitores quanto ao que devem fazer para se ter comunhão. “O que vimos e ouvimos isso vos anunciamos” somente aqueles que viram a Jesus em carne. Esses “anunciam” o que viram ao restante da igreja, ou seja João e os apóstolos.
João começa falando da “comunhão conosco” (os apóstolos) e imediatamente prossegue a falar da “comunhão conosco” como sendo “com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo”. A comunhão cristã significa compartilhar a vida comum em Cristo por meio do Espírito Santo. Ela vincula os crentes uns aos outros, mas a coisa importante é que os une também a Deus.
João deixou claro que seu propósito é levar os seus leitores à comunhão com Deus e com outros irmãos. Ele prossegue e deduz com base na natureza de Deus as condições para comunhão.

E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas. (1 João 1:5).

 - Deus é luz:Esta é a mensagem” resume aqui a mensagem cristã, pois ela deriva de Cristo.
O conteúdo da mensagem é resumido nas palavras “Deus é luz” as quais é acrescentada a expressão “e não há nele trevas nenhumas”.
Dizer que Deus é luz é chamar a atenção para a sua retidão, a sua justiça. A luz é um símbolo natural da justiça atraente; assim como a escuridão o é do pecado. Nossa vida tem que estar exposta à iluminação que irradia de Deus, pois nada esta escondido dEle (Salmo 90.8).
João trata de três obstáculos à comunhão com Deus. E Ele deixa claro que só as palavras não produzem a comunhão com Deus.


O 1° Obstáculo

Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade. (1 João 1:6).

Andarmos” refere-se a uma forma de vida ou pratica cotidiana. “Andarmos em trevas” significa viver contrariamente ao caráter moral de Deus, viver em pecado. Alegar ter comunhão com Deus sem levar uma vida moral correta nem praticar a verdade é viver uma mentira.
É necessário mais do que um agradável sentimento religioso. O erro que João esta denunciando é o de rejeitar a luz que Deus deu na revelação feita por meio dos profetas, apóstolos e outros, preferindo a escuridão dos próprios caminhos.
Se alguém afirma que tem essa comunhão, mas anda (“continua andando”) nas trevas, então visto que Deus é Luz, esta pessoa é mentirosa.

Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado. (1 João 1:7)

Depois da negação com a comunhão com Deus para aqueles que andam nas trevas no (v.6), esperamos a idéia de que os que andam na luz realmente desfrutam da comunhão com Deus, em vez disso lemos que “temos comunhão uns com os outros”. Eles certamente terão comunhão com Deus (v.3), mas a forma que João usa para descrever isso ressalta a verdade de que a comunhão de que os crentes desfrutam uns com os outros é de grande valor.
João acrescenta a isso: e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado. Purifica está no presente continuo; transmite a idéia de purificação que ocorre dia após dia não uma purificação uma-vez-por-todas. João não esta dizendo que os crentes atingem a perfeição da impecabilidade, mas que quando andam na luz (vivem perto de Deus) seus pecados são purificados. Essa purificação vem da morte de Cristo; Só o sangue de Jesus Cristo pode purificar-nos de todo pecado tornando possível aos cristãos imperfeitos manter comunhão com um Deus perfeito e Santo.
Andar na luz é uma metáfora para representar todo modo de vida; é viver de tal forma que esteja iluminado pela verdade da pessoa de Deus; é viver de forma reta dia após dia.

O 2° Obstáculo 

Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. (1 João 1:8).

João expressa de maneira bem simples o segundo obstáculo “Se dissermos que não temos pecado”. “Ter pecado” significa mais do que “cometer pecado” é uma referencia ao principio interior do qual os atos pecaminosos são manifestações exteriores. O pecado é persistente. O pecado se apega ao pecador. Quando dizemos que não temos pecado, “enganamo-nos a nós mesmos” (certamente não enganamos a ninguém outro!), e não há verdade em nós.
Enganos modernos afirmam que o pecado é uma enfermidade ou uma fraqueza, algo herdável ou devido ao ambiente, algo á necessidade ou coisas do tipo; as pessoas chegam a considerar o pecado como uma sina, não sua culpa. Tais pessoas se enganam a si mesma.

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. (1 João 1:9).

Em contraste com isso podemos confessar os “nossos pecados”. Embora João use mais a primeira pessoa do plural (nós) para se referis a si próprio e aos outros apóstolos como testemunhas oculares de Cristo, aqui o tratamento embarca todos os cristãos que confessarem, (reconhecerem) o pecado. Deus diz que somos pecadores e precisamos de perdão. Confessar é concordar com Ele, admitir que somos pecadores e que necessitamos de Sua misericórdia. Se o cristão confessar seus pecados específicos a Deus Ele purifica de toda a injustiça essa pessoa.
E porque Deus é fiel e justo Ele perdoa. Ele é totalmente confiável. O perdão de Deus vem do sacrifício perfeito de Jesus, seu próprio Filho (1Jo 2.2). Nada mais pode remover as nossas manchas.
Os pecados – O texto em grego de fato não diz nossos pecados na segunda ocorrência do texto, mas sim os pecados. Provavelmente isso quer dizer que os pecados de que João esta falando são aqueles que confessamos, e não simplesmente todo e qualquer pecado que cometemos.

O 3° Obstáculo 

Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. (1 João 1:10).

O verbo grego traduzido como “não pecamos”indica uma negação no passado que continua valendo no presente. Diferente do (v.8), que trata da culpa pelo pecado ou pela natureza pecaminosa (pecado original), este versículo fala sobre a negação de qualquer tipo de pecado individual. Negar tal realidade é chamar Deus de mentiroso. Posto de forma negativa, isso significa que a sua palavra não está em nós. Em muitas partes da bíblia a “palavra” tem uma natureza dinâmica. Ela realiza os propósitos de Deus. Aqueles que negam que são pecadores assim fazem de Deus um mentiroso e mostram por esse fato que a palavra eficaz de Deus não esta neles.


Referencias Bibliográficas

FRANCE, R.T. Comentário Bíblico. Vida Nova. São Paulo, SP. 2° edição, 2012.

RANDMACHER, EARL D. O Novo Comentário Bíblico. Central Gospel. Rio de Janeiro, RJ. 2° edição, 2010.

KENNETH, I.I Bíblia de Estudo NVI. Vida Nova. São Paulo, SP. 2000.

ACF. Edição Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original. Sociedade Biblica Trinitariana do Brasil. São Paulo,SP.



Autor: Jose Eduardo Purcino

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