domingo, 15 de abril de 2012

Evangelhos de Mateus P.2

Ola pessoal aqui esta a continuação do estudo do Evangelhos de Mateus, esta é a 2° parte dos estudos de Mateus que será de muita edificação e conhecimento da palavra de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

DESTINATÁRIOS 
A pressuposição usual é que o evangelista escreveu esse evangelho para atender as necessidades de crentes de sua própria região. Percebe-se imediatamente o realismo dessa  pressuposição  caso  aceitemos  que  Mateus  estava  trabalhando  em  centros  de grande  população  judaica,  quer  na  Palestina,  quer  na  Síria,  visto  que  o  livro  deixa entrever um número tão grande de aspectos judaicos; não é fácil imaginar que em sua mente  o  autor  estivesse  procurando  alcançar  um  grupo  predominantemente  gentílico. 
Mas  não  é  implausível sugerir  que  Mateus  escreveu  seu  evangelho  tendo  em  mente certos tipos de leitores e não tanto a localização geográfica de tais leitores. 

CARACTERÍSTICAS  
Vejamos agora quais são as principais características do evangelho do Mateus, de tal modo que possamos tê-las em mente quando o lermos.  
1º-  Mateus é  o  evangelho  que  foi  escrito  para  os  judeus.  Um  dos  grandes objetivos  de  Mateus  é  demonstrar  que  todas  as  profecias  do  Antigo  Testamento  se cumprem  em  Jesus  e  que,  portanto,  é  o  Messias.  Há  uma  frase  que  o  percorre totalmente, como tema que volta a aparecer vez por outra: "Tudo isto foi feito para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta, dizendo:…" Esta  frase  (e  suas  variantes) aparece 16 vezes no evangelho. O nascimento e o nome de Jesus são o cumprimento de profecias  (1:21-23)  o  mesmo  ocorre  com  a  fuga  ao  Egito  (2:14-15),  a  matança  dos inocentes  (2:16-18),  a  volta  e  a  permanência  de  José  em  Nazaré  e  a  infância  de  Jesus nesse  lugar  (2:13),  o  uso  que  Jesus  fez  de  parábolas  (13:34-35),  a  traição  por  trinta moedas de prata (27:9), o sorteio da roupa de Jesus enquanto estava pendurado na cruz (27:35). O propósito primitivo e deliberado de Mateus é demonstrar como as profecias do  Antigo  Testamento  se  cumprem  em  Jesus;  como  os  profetas  anteciparam  cada  um dos detalhes da vida de Jesus; e deste modo levar aos judeus a admitir que Jesus era o Messias.  
(1)  Mateus  está  interessado  primordialmente  nos  judeus. Quando  a  mulher siro-fenícia procurou a ajuda de Jesus, a resposta que recebeu dEle foi: “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.” (15:24). Quando Jesus envia  os doze para que evangelizem, sua instrução é: “Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos; mas, de preferência, procurai as ovelhas perdidas da casa de Israel” (10:5-6).  Entretanto,  não  se  deve  pensar  que  este  evangelho  exclua  os  gentios. Muitos  virão  do  oriente  e  do  ocidente  para  tomar  assento  no  Reino  de  Deus  (8:11). "Será pregado este evangelho do Reino a todo o mundo" (24:14). E é Mateus quem nos dá  a  ordem  de  marcha  da  igreja: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações” (28:19). É evidente que o primeiro interesse de Mateus são os judeus, mas também o é que prevê o dia em que todas as nações serão reunidas. 
O  judaísmo  de  Mateus  também  se  percebe  em  sua  atitude  para  com  a  Lei.  Jesus não  veio  para  destruir  a  Lei,  e sim  para  cumpri-la.  Nem  a  mais  mínima  parte  da  Lei deve perder vigência. Não se deve ensinar aos homens a quebrantar a Lei. A justiça do cristão  deve  ser  superior  à  dos  escribas  e  fariseus  (5:17-20).  Mateus  foi  escrito  por alguém que conhecia e amava a Lei e entendia que esta ocupava um lugar na vida e na fé dos cristãos.  
Uma vez mais encontramos um aparente paradoxo na atitude de Mateus para com os escribas e fariseus. Reconhece que têm uma autoridade muito especial: “Na cadeira de  Moisés,  se  assentaram os  escribas  e  os  fariseus.  Fazei  e  guardai,  pois,  tudo  quanto eles vos disserem” (23:2-3). Mas, ao mesmo tempo, não há evangelho que condene os escribas e fariseus de maneira tão severa e coerente. No próprio início estão as vívidas palavras  de  João  Batista,  que  os  denuncia  como  "geração  de  víboras"  (3:7-12). Queixam-se pelo fato de Jesus comer com os publicanos e pecadores (9:11). Atribuem o poder  de  Jesus  não  a  Deus,  e  sim  ao  príncipe  dos  demônios  (12:24).  Conspiram  para destruí-Lo (12:14). Os discípulos são advertidos contra a levedura, os maus ensinos, dos escribas e fariseus (16:12). São como o joio, que está condenado a ser arrancado da terra (15:13).  São  incapazes  de  ler  os  sinais  dos  tempos  (16:3).  São  os  que  assassinaram  os profetas  (21:31).  Em  toda  a  tradição  evangélica  não  há  capítulo  condenatório comparável a Mateus 23, dedicado aos escribas e fariseus. Mas Mateus não condena os 
escribas e fariseus pelo que ensinam, mas sim pelo que são. Condena-os por cumprir em tão  pequena  medida  seus  próprios  ensinos,  e  por  estar  tão  abaixo  do  ideal  do  que deveriam ser.  
(2)  Há  em  Mateus  alguns  outros  interesses  especiais. Ele  está  especialmente interessado  na  Igreja.  Mateus,  de  fato,  é  o  único  dos  evangelhos  que  usa  a  palavra "igreja". É o único que introduz a passagem sobre a Igreja depois da confissão de Pedro em Cesaréia de Filipe (Mateus 16:13-23; cf. Marcos 8:27-33; Lucas 9:18-22). Mateus é o  único  que  diz  que  as  disputas  devem  ser  resolvidas  pela  Igreja  (18:17).  Quando  se escreveu  Mateus  a  Igreja  já  deve  ter  sido  uma  grande  instituição,  bastante  organizada; um fator dominante na vida dos cristãos.  
(3) Mateus tem um interesse apocalíptico particularmente forte. Quer dizer, tem um interesse especial em tudo o que Jesus disse em relação à sua Segunda Vinda, o fim do mundo e o julgamento final. Mateus 24 é uma versão muito mais completa que a de qualquer  outro  evangelho  do  discurso  apocalíptico  de  Jesus.  É  o  único  onde encontramos as parábolas dos talentos (25:14-30), das virgens prudentes e as insensatas 
(25:1-13)  e  das  ovelhas  e  os  cabritos  (25:32-46).  Mateus  manifesta  seu  interesse especial em tudo relacionado com as últimas coisas e o julgamento final.  
(4) É,  acima  de  todos  os  demais,  o  evangelho  docente. Mateus  era  um  grande sistematizador.  Seu  costume  era reunir  num  mesmo  lugar  tudo  o  que  sabia  e  podia encontrar  dos  ensinos  de  Jesus  sobre  um  tema  em  particular.  O  resultado  é  que  em Mateus encontramos cinco grandes "blocos" de ensinos de Jesus, cinco grandes seções nas quais os ensinos do Mestre foram reunidos e sistematizados. Todas estas seções têm que ver com o Reino de Deus. São as seguintes:  
(a) O Sermão da Montanha, ou a Lei do Reino (5-7).  
(b) Os deveres dos dirigentes do Reino (10).  
(c) As parábolas do Reino (13).  
(d) Grandeza e perdão no Reino (18).  
(e) A Vinda do Rei (24, 25).  
Mateus  não  se  limita  a  colecionar  e  sistematizar.  Deve  recordar-se  que  Mateus escrevia em uma época em que ainda não se havia inventado a imprensa, quando havia poucos livros e estes eram muito caros, porque tinham que confeccionar-se à mão. Em tais  circunstâncias  muito  poucas  pessoas  podiam  possuir  livros.  Portanto,  se  queriam conhecer e usar os ensinos de Jesus, deviam levá-los consigo na memória. Mateus, em conseqüência, sempre organiza os materiais que inclui em seu texto de tal maneira que o leitor possa memorizá-los com facilidade.  
(5) Sua  idéia  dominante  é  a  de  Jesus  como  Rei. Escreve  para  demonstrar  a realeza  de  Jesus.  No  próprio  início  temos  a  genealogia,  que  procura  estabelecer  que Jesus é filho de Davi. Este título, filho de Davi, usa-se mais freqüentemente em Mateus que em nenhum dos outros evangelhos (15:22, 21:9, 21:15). Os magos devem buscar ao rei dos judeus (2:2).  A entrada triunfal é uma declaração deliberadamente dramatizada da realeza de Jesus (21:1-11). Diante de Pilatos, Jesus aceita o nome de Rei (27:11). Até sobre a cruz, mesmo que seja como zombaria, coloca-se sobre a cabeça de Jesus o título 
real (27:37). No Sermão da Montanha Mateus mostra Jesus citando cinco vezes a Lei e anulando-a  com  um  majestático “Eu, porém, vos digo...” (5:21, 27, 34, 38, 43). As últimas declarações de Jesus são "Todo o poder me foi dado..." (28:18).  A imagem que Mateus nos apresenta de Jesus é a de um homem que nasceu para ser rei. Jesus caminha ao longo das páginas de Mateus envolto na púrpura e o ouro da realeza. 
Mateus quer mostrar aos homens o senhorio de Jesus Cristo, nos mostrar que com toda autenticidade o Reino, o Poder e a Glória são deles. 
(6) O Reino dos Céus, ou o Reino Celestial. Outra característica essencial de Mateus é o uso da expressão Basiléia ton ouranon (cf. as sete parábolas do Reino dos céus em Mateus 13). Em comparação com os demais evangelhos, essa expressão (reino dos céus) é coincidente com “Reino de Deus”. Essa expressão aparece trinta e três vezes em Mateus, mas em nenhuma outra parte do N.T. As passagens paralelas de Marcos e Lucas em geral registram, no seu lugar, “reino de Deus”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário