Ola pessoal aqui esta a continuação do estudo do Evangelhos de Mateus, esta é a 2° parte dos estudos de Mateus que será de muita edificação e conhecimento da palavra de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
DESTINATÁRIOS
A pressuposição usual é que o evangelista escreveu esse evangelho para atender as necessidades de crentes de sua própria região. Percebe-se imediatamente o realismo dessa pressuposição caso aceitemos que Mateus estava trabalhando em centros de grande população judaica, quer na Palestina, quer na Síria, visto que o livro deixa entrever um número tão grande de aspectos judaicos; não é fácil imaginar que em sua mente o autor estivesse procurando alcançar um grupo predominantemente gentílico.
Mas não é implausível sugerir que Mateus escreveu seu evangelho tendo em mente certos tipos de leitores e não tanto a localização geográfica de tais leitores.
CARACTERÍSTICAS
Vejamos agora quais são as principais características do evangelho do Mateus, de tal modo que possamos tê-las em mente quando o lermos.
1º- Mateus é o evangelho que foi escrito para os judeus. Um dos grandes objetivos de Mateus é demonstrar que todas as profecias do Antigo Testamento se cumprem em Jesus e que, portanto, é o Messias. Há uma frase que o percorre totalmente, como tema que volta a aparecer vez por outra: "Tudo isto foi feito para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta, dizendo:…" Esta frase (e suas variantes) aparece 16 vezes no evangelho. O nascimento e o nome de Jesus são o cumprimento de profecias (1:21-23) o mesmo ocorre com a fuga ao Egito (2:14-15), a matança dos inocentes (2:16-18), a volta e a permanência de José em Nazaré e a infância de Jesus nesse lugar (2:13), o uso que Jesus fez de parábolas (13:34-35), a traição por trinta moedas de prata (27:9), o sorteio da roupa de Jesus enquanto estava pendurado na cruz (27:35). O propósito primitivo e deliberado de Mateus é demonstrar como as profecias do Antigo Testamento se cumprem em Jesus; como os profetas anteciparam cada um dos detalhes da vida de Jesus; e deste modo levar aos judeus a admitir que Jesus era o Messias.
(1) Mateus está interessado primordialmente nos judeus. Quando a mulher siro-fenícia procurou a ajuda de Jesus, a resposta que recebeu dEle foi: “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.” (15:24). Quando Jesus envia os doze para que evangelizem, sua instrução é: “Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos; mas, de preferência, procurai as ovelhas perdidas da casa de Israel” (10:5-6). Entretanto, não se deve pensar que este evangelho exclua os gentios. Muitos virão do oriente e do ocidente para tomar assento no Reino de Deus (8:11). "Será pregado este evangelho do Reino a todo o mundo" (24:14). E é Mateus quem nos dá a ordem de marcha da igreja: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações” (28:19). É evidente que o primeiro interesse de Mateus são os judeus, mas também o é que prevê o dia em que todas as nações serão reunidas.
O judaísmo de Mateus também se percebe em sua atitude para com a Lei. Jesus não veio para destruir a Lei, e sim para cumpri-la. Nem a mais mínima parte da Lei deve perder vigência. Não se deve ensinar aos homens a quebrantar a Lei. A justiça do cristão deve ser superior à dos escribas e fariseus (5:17-20). Mateus foi escrito por alguém que conhecia e amava a Lei e entendia que esta ocupava um lugar na vida e na fé dos cristãos.
Uma vez mais encontramos um aparente paradoxo na atitude de Mateus para com os escribas e fariseus. Reconhece que têm uma autoridade muito especial: “Na cadeira de Moisés, se assentaram os escribas e os fariseus. Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles vos disserem” (23:2-3). Mas, ao mesmo tempo, não há evangelho que condene os escribas e fariseus de maneira tão severa e coerente. No próprio início estão as vívidas palavras de João Batista, que os denuncia como "geração de víboras" (3:7-12). Queixam-se pelo fato de Jesus comer com os publicanos e pecadores (9:11). Atribuem o poder de Jesus não a Deus, e sim ao príncipe dos demônios (12:24). Conspiram para destruí-Lo (12:14). Os discípulos são advertidos contra a levedura, os maus ensinos, dos escribas e fariseus (16:12). São como o joio, que está condenado a ser arrancado da terra (15:13). São incapazes de ler os sinais dos tempos (16:3). São os que assassinaram os profetas (21:31). Em toda a tradição evangélica não há capítulo condenatório comparável a Mateus 23, dedicado aos escribas e fariseus. Mas Mateus não condena os
escribas e fariseus pelo que ensinam, mas sim pelo que são. Condena-os por cumprir em tão pequena medida seus próprios ensinos, e por estar tão abaixo do ideal do que deveriam ser.
(2) Há em Mateus alguns outros interesses especiais. Ele está especialmente interessado na Igreja. Mateus, de fato, é o único dos evangelhos que usa a palavra "igreja". É o único que introduz a passagem sobre a Igreja depois da confissão de Pedro em Cesaréia de Filipe (Mateus 16:13-23; cf. Marcos 8:27-33; Lucas 9:18-22). Mateus é o único que diz que as disputas devem ser resolvidas pela Igreja (18:17). Quando se escreveu Mateus a Igreja já deve ter sido uma grande instituição, bastante organizada; um fator dominante na vida dos cristãos.
(3) Mateus tem um interesse apocalíptico particularmente forte. Quer dizer, tem um interesse especial em tudo o que Jesus disse em relação à sua Segunda Vinda, o fim do mundo e o julgamento final. Mateus 24 é uma versão muito mais completa que a de qualquer outro evangelho do discurso apocalíptico de Jesus. É o único onde encontramos as parábolas dos talentos (25:14-30), das virgens prudentes e as insensatas
(25:1-13) e das ovelhas e os cabritos (25:32-46). Mateus manifesta seu interesse especial em tudo relacionado com as últimas coisas e o julgamento final.
(4) É, acima de todos os demais, o evangelho docente. Mateus era um grande sistematizador. Seu costume era reunir num mesmo lugar tudo o que sabia e podia encontrar dos ensinos de Jesus sobre um tema em particular. O resultado é que em Mateus encontramos cinco grandes "blocos" de ensinos de Jesus, cinco grandes seções nas quais os ensinos do Mestre foram reunidos e sistematizados. Todas estas seções têm que ver com o Reino de Deus. São as seguintes:
(a) O Sermão da Montanha, ou a Lei do Reino (5-7).
(b) Os deveres dos dirigentes do Reino (10).
(c) As parábolas do Reino (13).
(d) Grandeza e perdão no Reino (18).
(e) A Vinda do Rei (24, 25).
Mateus não se limita a colecionar e sistematizar. Deve recordar-se que Mateus escrevia em uma época em que ainda não se havia inventado a imprensa, quando havia poucos livros e estes eram muito caros, porque tinham que confeccionar-se à mão. Em tais circunstâncias muito poucas pessoas podiam possuir livros. Portanto, se queriam conhecer e usar os ensinos de Jesus, deviam levá-los consigo na memória. Mateus, em conseqüência, sempre organiza os materiais que inclui em seu texto de tal maneira que o leitor possa memorizá-los com facilidade.
(5) Sua idéia dominante é a de Jesus como Rei. Escreve para demonstrar a realeza de Jesus. No próprio início temos a genealogia, que procura estabelecer que Jesus é filho de Davi. Este título, filho de Davi, usa-se mais freqüentemente em Mateus que em nenhum dos outros evangelhos (15:22, 21:9, 21:15). Os magos devem buscar ao rei dos judeus (2:2). A entrada triunfal é uma declaração deliberadamente dramatizada da realeza de Jesus (21:1-11). Diante de Pilatos, Jesus aceita o nome de Rei (27:11). Até sobre a cruz, mesmo que seja como zombaria, coloca-se sobre a cabeça de Jesus o título
real (27:37). No Sermão da Montanha Mateus mostra Jesus citando cinco vezes a Lei e anulando-a com um majestático “Eu, porém, vos digo...” (5:21, 27, 34, 38, 43). As últimas declarações de Jesus são "Todo o poder me foi dado..." (28:18). A imagem que Mateus nos apresenta de Jesus é a de um homem que nasceu para ser rei. Jesus caminha ao longo das páginas de Mateus envolto na púrpura e o ouro da realeza.
Mateus quer mostrar aos homens o senhorio de Jesus Cristo, nos mostrar que com toda autenticidade o Reino, o Poder e a Glória são deles.
(6) O Reino dos Céus, ou o Reino Celestial. Outra característica essencial de Mateus é o uso da expressão Basiléia ton ouranon (cf. as sete parábolas do Reino dos céus em Mateus 13). Em comparação com os demais evangelhos, essa expressão (reino dos céus) é coincidente com “Reino de Deus”. Essa expressão aparece trinta e três vezes em Mateus, mas em nenhuma outra parte do N.T. As passagens paralelas de Marcos e Lucas em geral registram, no seu lugar, “reino de Deus”.
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